Gravidez |
O prematuro e a possibilidade de uma vida normal |
Durante uma gestação, o comum é que o bebê consiga se manter no útero até às quarenta semanas de gravidez. Porém, alguns fatores podem acelerar o nascimento para bem antes das quarenta semanas de gestação. O terceiro trimestre de gravidez é um momento de significativa importância, pois há um crescimento intrauterino acelerado e a produção de surfactante (substância segregada pela membrana do pulmão a partir da trigésima semana de gestação), que é o responsável pelo amadurecimento dos pulmões, na vida fora do útero. O bebê que não consegue se manter no útero até esse momento, nasce com vários obstáculos a serem superados. O prematuro requer muitos cuidados e, muitas vezes, até um período na UTI neonatal porque não passou por esta etapa do desenvolvimento. Estudos mostram que sete por cento dos bebês nascem antes das trinta e sete semanas de gestação. O prematuro não pode ficar grandes períodos sem se alimentar por ter uma reserva de gordura bem menor que um bebê nascido a termo. O aporte nutricional é um dos principais fatores que influenciam no desenvolvimento e crescimento do bebê que nasceu antes do tempo. A primeira referência para os especialistas obterem uma resposta em relação ao desenvolvimento do bebê é o perímetro cefálico, depois o peso e, só então, a estatura. Porém todos estão relacionados. Os pais de prematuros passam por diversas angústias e questões. Por exemplo: Meu filho vai ser sempre pequeno? Vai ter problemas de aprendizagem? Vai demorar mais do que as outras crianças para andar e falar? Só o tempo e cada criança o dirá. Os problemas mais comuns nos prematuros são os respiratórios (os pulmões não amadureceram o suficiente para trabalharem sozinhos), as infecções (os prematuros são muito mais suscetíveis a bactérias e vírus), e os do aparelho digestivo como a enterocolite necrosante. A parte sensorial e motora está mais relacionada com a idade gestacional do que com tais problemas. É fundamental que os pais que possuem bebês internados em UCI, estabeleçam uma relação de confiança com os profissionais que estão a cuidar do seu filho, sentindo-se à vontade para que perguntem, tirando todas as dúvidas, e aprendam a dar os cuidados necessários ao seu bebê. Sabendo também que os pais precisam cuidar de si próprios para poderem cuidar bem do bebê, é importante descansar, ir a casa sempre que necessário, no caso de terem outros filhos, sem deixar de dar atenção ao que está internado. No caso dos bebês prematuros, é necessário um acompanhamento profissional até os dois, três anos de vida e, a cada seis meses, levar o bebê ao oftalmologista, pois os prematuros podem apresentam também problemas visuais. Os pais são os principais responsáveis por todo esse acompanhamento, e é importante que tenham consciência que, se houver problemas, sejam detectados precocemente e assim o prematuro possa ter uma vida normal na adolescência e na idade adulta. Rebeca Batista da Silva - Enfermeira intensivista (unidade de cuidados intensivos) |
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